terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Magritte e a representação numérica
“Isto não é uma maçã” é o nome em português da obra acima de René Magritte. Mas o que vemos é uma maçã. Contudo, não podemos comê-la...
Palavras, objetos e imagens de objetos possuem um espaço indefinível e misterioso, onde há liberdade para identificá-las entre si ou não. Seria isso possível com os números?
60
O que vemos acima é o número sessenta? Os egípcios o representavam como 6 arcos, os babilônios como um triângulo, os maias como 3 pontos sequenciais, os chineses com dois ideogramas e os gregos como a letra ξ. E há sociedades que sequer o representam. Eles possuem representações para 1, 2, 3 e muito...
Cada sociedade representa a mesma quantidade, mas conforme suas necessidades e a realidade da sua cultura.
É como se cada um de nós fosse desenhar uma maçã. Cada maçã seria diferente...
Temos conosco a idéia do que a quantidade relacionada ao 60 significa, mas sua representação decimal como mostrada acima é tão arbitrária quanto a obra de Magritte.
Isto não é uma maçã e isto não é o número 60.
Mas sabemos o que é uma maçã e podemos contá-las até 60!
Para quem ficou interessado, segue uma bibliografia para se consultar:
Magritte – Marcel Paquet – Ed. Paisagem (págs. 9 e 68)
Introdução à História da Matemática – Howard Eves – Editora UNICAMP (págs. 25 - 37)
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Vou além, podermos contá-las até 60, e sabermos o que é uma maça, só nas culturas em que se conhecem maçãs, se contam até 60, e se contam maçãs. Só pra atormentar com o relativismo cultural...
ResponderExcluirParabéns amigo!